sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sofrimento - você

"Te olhei ao longe
E te vi triste, abatida
E no horizonte
Abriu-se uma ferida
E dos teus olhos
desceram lágrimas.
Lágrimas de ódio
frutos da trapaça

Você não merecia sofrer
Você não merecia chorar
Você merecia viver
Apenas para amar
Mas esses garotos são cruéis
Eles não gostam de ninguem
Corações não são feitos de papéis
Eles também sofrem, como você.

E tudo isso só serviu
Para mostrar-te qual a maldade
para com você, menina frágil
com coração quebrado.

Tristeza, crueldade.
Lágrimas, maldade
Sofrimentos, fragilidade
-você. Simplesmente você"

Texto escrito para uma aula de LPL. Junho, 2010

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Respeito de Falsas Expectativas

"Toma fôlego. É o momento que você mais precisa.

As paredes se fecham em torno de você não dando a mínima para as suas lágrimas que vertem lentamente

Você perdeu. Novamente. E sabe disso a partir do momento em que você decidiu tentar.

Tão tola...

E as paredes se fecham cada vez mais.

Você sabe que jamais dará certo, não é? É impossível que dê, algum dia, seja com quem for, apenas porque é assim que foi escrito. Não importa quantas falsas expectativas você criou, o quanto você sonhou, o quanto você desejou... quem disse que você pode decidir alguma coisa?

Pois é, não pode.

E você percebe que as paredes vão se aproximando quando a imagem não sai de sua cabeça... como se ele estivesse ali, ao seu lado. Você percebe que está tudo acabando quando ouve a voz em seu ouvido.

E então você fecha os olhos um pouco antes das paredes pararem, trancando você em um pequeno cubículo. Você não se importa tanto com as lágrimas. Você aprendeu que as lágrimas são as únicas que não a abandonam.

O toque, o cheiro, a voz, o olhar, o sorriso... tudo fica mais uma vez na sua cabeça, torturando você porque, afinal, você poderia ter evitado tudo isso.

Mas, teimosa, você achou que ia ser tudo diferente. Com ele.

No fim, sozinha, no pequeno cubículo, você vê o quão idiota você é. É sempre a mesma história, com o mesmo final.

E você terá sorte se este final, milagrosamente, mudar. E por que não agora? Ainda há chances, não há?

Talvez se você conseguir destruir essas paredes que você mesma criou para sua auto-proteção, e você guardar essas doces lembranças pode ser que ainda aconteça; mas será que ele vai estar lá quando você conseguir isso?

Será que você terá mais lágrimas para derramar?

Será que você ainda terá forças para prosseguir?

A única certeza é que seu coração sangra, seja por saber que você criou essas falsas expectarivas, seja porque você não tem forças para quebrar essas paredes e falar o que realmente sente, ou seja porque você sabe que nada acontecerá.

E isso machuca, muito. A pior dor que existe.

Respira fundo. Grite, se tiver coragem. Amanhã será mais um dia. E você põe novamente o sorriso no lábio para enfrentar tudo novamente, por mais um dia, fingindo que nada está acontecendo.

E você o vê. Seu coração começa a bater mais forte, seu sorriso a se alargar, seu pensamento a clarear, suas pernas a tremer.

Você não aprendeu absolutamente nada sobre falsas expectativas, aprendeu?

Pelo visto não já que você o deseja ao seu lado mesmo sabendo que o que você deseja não importa.

E você tem certeza que o sorriso, a voz, o toque dele vale a pena. Por toda a dor no mundo."

Texto escrito em uma tarde chuvosa, num momento amplo de inspiração. Março, 2010